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Adeus, dieta. Estes hambúrgueres cheios de queijo e bacon são para comer sem culpa

O Brazilian Burger House, na Amadora, não tem mãos a medir. O gostinho é brasileiro, mas tem cada vez mais portugueses.
O restaurante está aberto até à meia-noite. Encerra à quarta-feira.

O nome no letreiro, a preto e branco, à entrada não engana: Brazilian Burger House. A casa sempre cheia e as filas à porta, também não. “Sim, é verdade, o negócio aqui está a correr bem”, conta à New in Amadora Gustavo Roque, 31 anos, proprietário do restaurante de hambúrgueres, bem visível, na Praça D. João I, a seguir ao antigo cinema Lido.

Quando há dez anos chegaram a Portugal, Gustavo e a mulher puseram os olhos na Amadora. “Não vivo aqui, mas quando cheguei, o meu primeiro trabalho foi aqui na cidade na construção civil e percebi logo o potencial que tinha. Tem muita gente, muito brasileiro”, diz com um sorriso.

E toda a lista, aliás, foi pensada para o gosto brasileiro: uma dezena e meia de hambúrgueres, divididos entre Gourmet e Tradicionais (preços entre os 10€ e os 15€) — onde se destacam o Costela Prime, com carne desfiada, queijo, ovo, bacon e cebola, o X Picanha e o X Maminha, ambos com o dobro do queijo, ou o Rio, com dois hambúrgueres e o dobro do queijo cheddar, o dobro do bacon e a cebola caramelizada.

Gustavo tinha um bom emprego no Brasil, mas a violência fê-lo vir para Portugal.

“São os melhores de todos. Não conheço melhores lanches brasileiros do que estes”, diz o proprietário, que acrescenta que, aos poucos, “os portugueses foram sendo conquistados”. “No início, em Portugal não havia este tipo de casas. Quem queria comer este tipo de hambúrgueres, tinha só as rulotes. Na altura, a nossa clientela era mais brasileira, mas hoje temos meio, meio. Há cada vez mais portugueses rendidos aos nossos sabores”, assegura.

Ainda assim, adianta, a casa tem sabido adaptar-se aos hábitos lusitanos. “No Brasil, estes lanches são sempre comidos à mão. Mas fomos recebendo pedidos de clientes portugueses de talheres e prato. Portanto, passámos a ter no menu alguns hambúrgueres que são servidos no pão brioche, mas em prato e com talheres”.

O verdadeiro campeão de vendas é, porém, outro prato pouco compatível com dietas: a batata frita com queijo e carne desfiada. A NiA não resistiu. Comeu, aprovou e só não chorou por mais por vergonha. “Os mini salgados também saem muito, bem como o coração de galinha, ou o queijo de coalho com mel”, afirma Gustavo.

Ao almoço há pratos feitos. “O acompanhamento é sempre o mesmo: arroz, feijão preto, batata frita, farofa e salada. A carne é que vai variando, consoante o gosto do cliente: maminha, picanha e peito de frango”.

A mulher não queria vir

Natural de Goiânia, a 200 quilómetros de Brasília, o empresário veio em busca do sonho. Mas sobretudo, “para fugir à violência”. “Eu tinha um emprego muito bom. Era representante comercial no retalho, ganhava um bom salário, portanto, foi um risco vir para Portugal, onde não conhecia ninguém”.

Giovana, a mulher, trabalhava num salão de cabeleireiro, e foi contra a mudança para a Europa. “No começo, quando lhe falei da ideia de virmos, ela não gostou nada”, recorda com um sorriso. “Ela era muito apegada à família e mudar para um país diferente era difícil”, conta à NiA. “Os assaltos começaram a assustar-nos muito, houve um em que ela quase foi violada. A minha casa foi arrombada umas três vezes e isso foi determinante para tomarmos a decisão”.

Dez anos depois, não estão nada arrependidos. “Temos uma boa vida aqui, muito mais segura, temos o negócio que corre certo e a vida permitiu-nos concretizar o sonho de sermos pais”, diz.

Capacidade para até 75 pessoas

Com capacidade para 40 lugares sentados na sala principal, o Brazilian Burger House da Amadora tem ainda uma sala na cave, onde cabem outros tantos clientes. Está aberta todos os dias até à meia-noite, à exceção da quarta-feira, dia de descanso dos cinco colaboradores da casa. “Ao domingo só abrimos ao jantar, a partir das 18 horas”, complementa.

A loja da Amadora não está sozinha. Tem uma irmã mais velha no Parque das Nações e outra, mais nova, em Almada. No entanto, o empresário já está com os olhos no Porto e noutras paragens. “O nosso objetivo, quando abrimos a primeira loja, era fazer o melhor lanche brasileiro e acho que estamos a conseguir. Por isso, queremos expandir ainda mais o negócio”, confessa.

A pandemia de Covid-19 foi o melhor boost para o Brazilian Burger House. “Crescemos imenso, porque como os restaurantes estavam todos fechados, nós criámos a nossa própria linha de distribuição, e ganhámos muitos clientes assim”. Ainda hoje, quase cinco anos depois, o “delivery” continua a ser uma parte importante na faturação da casa. Apesar de estarem nas plataformas tradicionais, a Uber Eats e a Glovo, o restaurante é autosuficiente. “Qualquer cliente pode entrar no nosso site e fazer a encomenda diretamente a nós. Sai mais barato”, conclui.

Carregue na galeria e veja só o que pode comer nesta casa. Nós estamos a avisar.

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FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Praça D. João I - 48A
    2700-040 Amadora
  • HORÁRIO
  • De segunda a sábado, das 12h às 0h
  • Domingo, das 18h às 0h
  • Encerra à quarta-feira
PREÇO MÉDIO
Entre 10€ e 20€
TIPO DE COMIDA
Brasileira

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