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As “melhores empadas da Amadora” já chegaram à segunda Cantina dos Sabores

Há 25 anos, Alettusa deixou o noivo no Brasil e veio para Portugal. Por cá, casou-se duas vezes, tem três filhas e o seu próprio negócio.

Tinha 11 anos quando fez o seu primeiro bolo de fubá, em casa, em Goiânia, no Brasil. A mãe já era viúva, tinha três filhos e precisava de equilibrar o orçamento familiar. “Ela fazia bolos e salgados caseiros maravilhosos, e eu aprendi tudo com ela”. Hoje, aos 45 anos, Alettusa Leão acaba de abrir a segunda Cantina dos Sabores na Amadora, onde continua a servir o bolo da sua infância e as empadas que todos elogiam.

“Já tenho a primeira loja há nove anos, mesmo em frente à estação da CP da Amadora, perto da Câmara Municipal e dos terminais rodoviários, e em janeiro abri uma segunda loja no Centro Comercial das Avencas, no Casal da Mira. Vendo as mesmas coisas, tudo caseiro, mas os públicos são diferentes”, explica à New in Amadora.

Há 25 anos em Portugal, a empreendedora brasileira está contente com o rumo que a sua vida levou, embora o processo tenha começado de forma súbita e deixando parte da vida na sua terra natal.

“Quando eu vim para Portugal, tinha uma tia que morava cá e a ideia era perceber se ficava por cá ou não. A expectativa era essa. Gostei muito e fiquei cá de vez. Voltei ao Brasil em férias, mas já não saí de Portugal”, recorda.

Alettusa deixou tudo para trás: a mãe e o noivo, com quem se ia casar. “Ele não ficou muito contente e acabámos por terminar a relação. Não me acompanhou nesta aventura portuguesa, também porque ele só ficou a saber na altura da minha viagem. Não foi uma coisa para a qual eu o tivesse preparado”. admite.

Alojada na casa da tia, nas Portas de Benfica, a hoje empresária começou por trabalhar “a cuidar de idosos como empregada interna”. “Depois, fui empregada interna na casa de Palmela do antigo jogador do FC Porto e do Benfica, João Manuel Pinto. “Cuidava da casa e das crianças. Foi uma temporada muito boa.”

Do primeiro casamento, já em Portugal, nasceu uma filha, hoje com 11 anos, e a passagem para a restauração. “O pai da minha filha sempre tinha trabalhado na área da hotelaria juntamente com o pai dele, que era o Silva, da Reboleira, do restaurante Farol. Fui casada com o filho dele durante 16 anos. Quando o meu sogro desistiu do restaurante e eu decidi trabalhar com o meu então marido”, conta.

Tudo feito pela própria

Alettusa fazia em casa todos os bolos e salgados que vendiam e foi aí que começou a pensar em abrir o seu próprio negócio. “Nas pastelarias, vemos que é tudo o mesmo padrão. Até podem ter qualidade, mas todas têm as mesmas coisas. Na minha, não, tudo o que nós vendemos é feito por nós: salgados caseiros, bolos de confeitaria feitos por mim”, assegura.

As receitas são todas de Alletusa e, no início, era ela que punha todos os dias as mãos na massa. Hoje, tem mais quatro colaboradoras. “Na cozinha estão duas, e eu junto-me às vezes, porque os bolos de aniversário e de confeitaria continuam a ser feitos todos por mim”.

O negócio tem corrido muito bem. Tão bem que abriu uma segunda loja já este ano, no Casal da Mira. “Não foi bem uma necessidade, mas aconteceu. A primeira loja já me dá muito trabalho, mas acabou por surgir a oportunidade. Tenho uma amiga que tem um cabeleireiro aqui no centro comercial no Casal da Mira. Vim ter com ela e ela disse-me que tinha vagado uma loja muito boa. Eu disse-lhe que não, que nem pensar, mas ela insistiu e foi falar com a dona da loja, que me recebeu e acabámos por acertar o negócio”.

A segunda Cantina dos Sabores tem características diferentes da primeira. “Enquanto a primeira loja, junto à estação da Amadora, é muito de beber café, comer e seguir, porque está junto aos transportes públicos e as pessoas demoram menos, aqui no Casal da Mira, é mais uma espécie de salão de chá, em que temos clientes que vêm, ficam mais tempo, conversam em grupo, trabalham, leem um livro”.

A decoração também é diferente, em tons rosa, “mais salão de chá”. “Quando fiz o projeto, foi a pensar nisso, num espaço mais confortável, mais de acordo com o que eu queria fazer na primeira loja, mas não foi possível”. Nos próximos meses, porém, Alettusa vai fazer uma reforma na loja original: “Vamos uniformizar as cores e ter as duas lojas com o mesmo conceito e identidade visual”.

A loja do centro da Amadora abre todos os dias: de segunda a sexta-feira, das sete às 19 horas; aos sábados, das 7h30 às 15 horas; e, aos domingos, abre às nove e encerra às 17h30. Já o novo espaço, fecha ao domingo. Aos dias da semana está de portas abertas das oito às 19 horas, e, aos sábados, das oito às 17 horas.

As empadas esgotam sempre

Tudo o que é vendido no Casal da Mira é feito na fábrica da loja da Amadora. “Temos salgados, esfirras (2€), e em especial as nossas empadas (2€ cada), que foram consideradas as melhores da Amadora num concurso em que participámos em 2023. Temos de frango, carne, legumes. São muito boas, bem recheadas e a massa fina”, diz à New in Amadora.

A proprietária diz que não vende em massa. “Preferimos ter poucas de cada vez e vamos assando novas ao longo do dia, para estarem quentinhas”, explica.

Também os bolos à fatia, como o de fubá ou o pamonha, sãos os mais queridos dos clientes (2,5€ a fatia). “Também fazemos por encomenda bolos de aniversário, casamento ou especiais — de baunilha, chocolate, red velvet, cenoura ou coco, e com recheios de leite, morango, brigadeiro, chocolate, doce de leite, abacaxi e maracujá — e salgados. Basta contactar-nos” pelo 910 008 989, diz a empresária brasileira, que se voltou a casar há quatro anos, de onde nasceram mais duas filhas, uma com três anos e outra com um.

“É uma vida muito corrida, com as duas lojas e três filhas, duas delas ainda a exigirem muita atenção, mas, como vocês dizem por cá, quem corre por gosto não cansa, não é?”, questiona à laia de conclusão.

Carregue na galeria e veja mais imagens das duas lojas e da empresária com mão para a cozinha.

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