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Este alimento simples pode ajudar a prevenir o segundo cancro mais mortal em Portugal

Um novo estudo revela que este produto que temos quase sempre no frigorífico é um bom aliado na luta contra o cancro colorretal.
Pode mesmo tê-lo já no frigorifico.

Não há formas infalíveis de prevenir doenças graves, mas existem escolhas acessíveis que podem ajudar o corpo a proteger-se. O simples iogurte pode ser uma delas, isto de acordo com um novo estudo, que concluiu que o consumo regular pode ajudar a prevenir o surgimento de cancro colorretal.

A investigação foi publicada em fevereiro, na revista científica Gut Microbes, e conduzida por vários cientistas conceituados, incluindo investigadores da escola de Harvard, nos Estados Unidos. O estudo destaca os benefícios do iogurte na prevenção de uma forma específica de cancro colorretal — um tumor que se desenvolve no intestino grosso, seja no cólon ou no reto.

Segundo os investigadores, devido ao processo de fermentação que gera bactérias vivas, este alimento é considerado valioso por ter “efeitos que promovem a saúde”, ajudando a prevenir doenças inflamatórias, diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares. A esta lista, junta-se agora uma possível redução do risco deste tipo de cancro.

O estudo envolveu mais de 150.000 participantes, que começaram a ser seguidos em 1980, com questionários realizados de quatro em quatro anos, que recolhiam informação sobre as quantidades de iogurte consumidas.

Foram também avaliados outros fatores como o consumo de álcool, vitamina B6 e D, carnes processadas e vermelhas. O estilo de vida foi tido em conta, com dados sobre o peso corporal, a prática de exercício físico e se os participantes fumavam. A utilização de medicamentos como aspirina ou hormonas pós-menopausa, assim como o histórico familiar, também foram considerados através de questionários bianuais.

Os cientistas analisaram a quantidade da bactéria Bifidobacterium (presente no iogurte) em amostras de tecido tumoral de 3.079 pessoas diagnosticadas com a doença. Concluíram que quem consumia duas ou mais porções de iogurte por semana apresentava um risco reduzido de desenvolver “cancro do cólon proximal” — uma forma da doença que surge na parte inicial do cólon, perto do apêndice.

O estudo justifica estes resultados com a capacidade desta bactéria de influenciar o microbioma intestinal. Este componente contribui para aumentar a diversidade da flora do organismo e reduz a inflamação, um dos fatores associados ao desenvolvimento de cancro.

Em Portugal, o cancro colorretal é o segundo mais frequente — tanto em homens como em mulheres — logo a seguir aos cancros da próstata e da mama, respetivamente. A doença, que afeta sobretudo pessoas com mais de 50 anos, já ultrapassou os 10 mil novos casos por ano. E os dados mais recentes assustam: 12 portugueses morrem todos os dias por causa desta neoplasia maligna.

Ainda mais preocupante é o que está a acontecer entre os mais novos: nos últimos 30 anos, os diagnósticos de cancro colorretal em pessoas com menos de 50 anos aumentaram 80 por cento. E as projeções apontam para que até 2030, 11 por cento dos cancros do cólon e 23 por cento dos do reto surjam precisamente nestas faixas etárias. A boa notícia é que é tratável, desde que seja apanhado a tempo, embora ainda haja demasiada gente a ignorar os rastreios.

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