comida

Informal: o restaurante da Amadora que traz petiscos e pratos “bem portugueses”

O espaço nasceu a partir de um sonho de infância de Rui Cunha. E da sua história de amor com Rose.
Rui Cunha está nos comandos da cozinha.

Rui Cunha cansou-se da vida sob rodas que levava na sua food truck de bifanas que costumava estar parada em Belém, em Lisboa. Por outro lado, Rose Costa continuava desiludida após mudar do Brasil para Portugal à procura de uma oportunidade para vingar no mundo da estética avançada. O desgosto acabou por juntá-los e decidiram montar um negócio juntos na Amadora, onde inauguraram, em março, o Informal, um restaurante com o melhor da cozinha portuguesa, mas com um toque brasileiro.

“Quando nos conhecemos estávamos numa má fase”, começa por contar a brasileira natural de Minas Gerais. “Em 2020, decidi que vinha para cá para tentar abrir o meu próprio espaço dedicado à minha área de formação, a estética avançada. Porém, por cá, esse setor não está tão desenvolvido como lá e percebi que ainda não era o momento”, acrescenta a esteticista.

Rui Cunha estava numa situação semelhante. O negócio não prosperava e aumentava a vontade de fazer coisas diferentes. Quando começaram a namorar, o chef convidou-a para embarcar numa aventura arriscada. Rose, que vem de uma família que sempre esteve ligada à restauração, aceitou de imediato.

Juntos, têm ambos 42 anos, desenharam o conceito com que sonhavam: um espaço informal, descontraído, mas elegante, onde os clientes pudessem provar os melhores petiscos e grelhados portugueses. Mas não podiam ficar por aqui. Ao longo do período em que iam falando e construindo mentalmente como seria o restaurante, decidiram acrescentar alguns toques brasileiros à carta.

“Elaborámos um menu para partilhar, com pequenas porções bem executadas e bem elaboradas. O nosso foco são os pratos típicos portugueses.” Desde a manteiga, ao azeite e às carnes — feitas as contas, 80 por cento dos produtos são nacionais. “Isto foi pensado também para responder ao cliente que vamos ter na zona que escolhemos. Longe dos turistas, temos que agradar aos portugueses.”

Agora, os papéis estão bem definidos. Rui fica na cozinha a preparar as refeições, Rose está na sala a receber os clientes. A ementa e os pratos estão “intrinsecamente ligados” à história e às origens de ambos. A casa recomenda o polvo à lagareiro (14€), feito da forma tradicional; e a Tábua Mista de Carnes (25€), “que dá para duas pessoas”. Pode também provar a picanha à moda brasileira (16€), servida com batata frita e espargos e as gambas grelhadas (7,90€). “Comprámos picanha e gambas diariamente numa quantidade irracional, porque se vende realmente bem”, adianta Rose.

As outras sugestões do casal vão para a carne de porco à portuguesa (9,50€), bacalhau assado (16€) e tábua mista brasileira (25€), com carne de porco, vaca, linguiça e batata. Nos doces, há mais criações de fusão, como o bolo de taça (6€) feito por camadas e o pudim (5€), também na taça, com biscoitos de champanhe mergulhados em licor e chantilly.

Sem orçamento para contratarem mão de obra, o casal acabou por fazer tudo sozinho. E não se arrependem. “Foram 50 dias consecutivos, de domingo a domingo, sem parar. Sinto que o restaurante ficou ainda mais especial, que é mais nosso”, explicam à NiT. 

Carregue na galeria para ver mais imagens do espaço e dos pratos.

MAIS HISTÓRIAS DA AMADORA

AGENDA