Quem inventou os croissants devia ter avisado de que estava a colocar no mercado um dos produtos mais viciantes de todos os tempos. Quando vamos a uma pastelaria, e lá estão eles, a olhar para nós, vistosos como (quase), mesmo que estejamos a seguir uma dieta restrita, sabemos que vai ser impossível resistir. No caso de Cláudio Santos, 32 anos, o guilty pleasure era mesmo o croissant de Nutella.
Foi a partir desta paixão que, em conjunto com a mulher, Sara Santos, 29 anos, surge, então, em julho de 2022, o Croissants do Passarinho, na Amadora. Este é um dos spots onde o destaque vai mesmo para esta invenção gulosa, com dezenas de sabores, mas onde encontra também bebidas e batidos caseiros, refeições diárias, pratos do dia e ainda petiscos feitos na hora.
Cláudio começou por trabalhar durante a noite, num bar. Foi, depois, para o Footlab, em Carnaxide, onde esteve durante quatro anos. Depois desse tempo, abre um restaurante, o Espaço 23, na Damaia, em 2020. Dois anos depois, surge, então, a oportunidade de ficar com o espaço onde é hoje a loja Croissants do Passarinho e assim começou o novo projeto.
No caso de Sara, além de ajudar Cláudio, tem as frutarias e charcutaria do pai, Fernando, onde está maior parte do tempo. “A verdade é que ambos gostávamos muito de comer croissants e, quando vimos a localização deste espaço, pelo estacionamento, e por ser mesmo ao lado do estádio do Estrela da Amadora, acabámos por abraçar o desafio”, confessa Cláudio à NiA.
Como os croissants são os verdadeiros protagonistas, foram precisas várias tentativas e erros até chegar ao ponto certo. “Esta é a terceira massa que temos. Primeiro, começámos com os folhados, depois fizemos uma espécie de caramelizados, mas desde o ano passado, que temos esta massa semi folhada, com açúcar em pó”.
O grande boom começou depois de fazerem um vídeo a anunciar um dos sabores nas redes sociais. As pessoas “acharam imensa graça” e, por isso, além de informarem os clientes, chamam os curiosos. Encontraram uma forma de “dinamizar” o negócio e as novidades são constantes.
A experiência da New in Amadora
A equipa da New in Amadora foi convidada a experimentar o sabor do mês de janeiro — há sempre um diferente — que, neste caso, foi de Guylian, e mais alguns elementos da ementa. Provámos os sumos naturais de laranja (2,20€) e de abacaxi com gengibre (2,40€), um dos bestsellers. Ambos tinham o sabor que esperamos de qualquer bebida deste género: o sabor da fruta, sem açucares adicionados, muito leves e saborosos.
Na nossa visita, experimentámos ainda a tosta de frango (5,70€) e de salmão (6,20€). Generosamente servidas, corresponderam às expectativas: tanto de quem pede para uma refeição, como para quem espera uma boa tosta, estaladiça, sem ingredientes exagerados, e com todos os ingredientes a complementarem-se na perfeição.
Vieram ainda para a mesa quatro sabores diferentes de croissant: o de Guylian (2,80€), pistácio (2,80€), Kinder Bueno (2,60€) e ainda biscoff (2,80€). A ordem é mesmo esta. Além dos recheios gulosos e deliciosos (à exceção dos biscoff, que não nos deixou impressionados), o grande destaque vai mesmo para um dos melhores croissants que já provámos. A massa era muito fofa, nada quebradiça e estava no ponto certo. É daqueles casos em que vai querer repetir, nem que seja sem recheio nenhum.
O menu é composto por uma seleção de croissants salgados, wraps frios e quentes, bolos à fatia e outros de pastelaria, o prato do dia, sopa e sobremesas. Além disso, no verão, o Croissants do Passarinho introduziu o açaí, que também tem sido um sucesso. Os tamanhos vão desde o mini, de 250 mililitros (5,50€) até ao super, de 750 mililitros (12,50€).
Ao contrário do que se pensa, a origem do croissant não é atribuída aos franceses, mas sim aos padeiros de Viena, na Áustria. Acredita-se que o formato de lua da massa folhada seja alusivo à bandeira do Império Otomano. Mais tarde, a partir de 1770, Maria Antonieta popularizou a receita em França.
O croissant acabou por se tornar um ícone da cozinha francesa, mas ainda hoje é incluído no grupo das viennoiseries (designação que remete para a capital austríaca), que inclui vários folhados, como o pain au chocolat, pain auc raisins ou chausson aux pommes.
A receita do croissant terá chegado ao nosso País durante as invasões francesas, entre 1807 e 1811, ainda intacta, ou seja, em massa folhada, que se desfazia em camadas. Ao longo dos anos, foram desenvolvidas outras versões, com diferentes tipos de massa, recheios e coberturas. Atualmente, há opções para todos os gostos.
Carregue na galeria para conhecer o espaço e as delícias que pode provar no Croissants do Passarinho, na Amadora.
