Aos 47 anos, Edite Sousa está a escassos dias de concretizar um sonho: abrir o seu próprio salão de chá. Será na Damaia, no Largo Alexandre de Gusmão — a conhecida praça do mercado, da Neuchâtel e do Sorriso Alentejano — e terá um nome bem sugestivo: Moranguito.
O nome tem uma razão. “Este projeto já está idealizado por mim há algum tempo e até era para abrir num outro sítio, embora na mesma freguesia de Águas Livres, mas depois não chegámos a um entendimento com a dona do espaço quanto ao valor do arrendamento”.
O local original onde Edite queria abrir este negócio de família era na antiga mercearia / taberna “O Morangueiro”, na Buraca, que também pertence à mesma freguesia. “E eu morei durante muitos anos ali num prédio em frente ao Morangueiro e estava lá muito com o senhor António e o senhor Fernando, que eram os proprietários”, recorda à New in Amadora.
Edite lembra-se de ir à mercearia fazer umas compras a pedido da mãe. “Na maior parte dos casos, atravessava a rua, e quando chegava lá já não me lembrava do que ela me tinha pedido”, ri-se.
Na hora de escolher o nome para o seu sonho, Edite achou “bonito” Moranguito, até em homenagem ao outro espaço onde criou tão boas memórias de infância. “É quase uma homenagem”, assegura.
O Moranguito quer fazer as pessoas sentirem-se em casa
Este é um negócio familiar que, “entre pais e filhos” conta com seis pessoas, embora nem todos estejam no dia a dia do salão de chá, afirma a empresária que sempre viveu pela freguesia. “Primeiro, morei na Damaia, e depois é que vim para a Buraca, sempre na mesma freguesia. Portanto, quisemos abrir o Moranguito num sítio onde nos sentíssemos em casa. E na Damaia é casa para nós”, assegura Edite, que recusa o título de gerente. “Sou eu que vou comandar o barco, mas não ponha o título de gerente, não sou nada dada a essas coisas”, sorri.

A restauração sempre foi a área de trabalho da timoneira. “Mas sempre foram coisas diferentes, embora tenha muita experiência no atendimento ao público. Sempre sonhei ter um espaço meu. Colocar um bocadinho de mim num salão de chá e aplicar aquilo que fui aprendendo ao longo dos anos e que tanto prazer me tem dado”, sublinha.
O Moranguito, que fica mesmo ao lado da mercearia Sorriso Alentejano, está a ultimar os preparativos para abrir dentro de dias. “Vamos ter uma grande variedade de chás e bolos caseiros, que vão ser vendidos inteiros e à fatia — todos feitos por mim”. A imagem de marca da doçaria da casa serão, contudo, a “cookie de chocolate e chocolate branco” e a tarte de amêndoa.
“Será muito diferente da tarte de amêndoa tradicional, que quase partimos um dente para trincar. É uma receita antiga, desenvolvida por mim, molinha e saborosa. Também vamos ter outros à fatia: cenoura e chocolate, red velvet, bolo de laranja, limão e outros clássicos, embora o menu ainda não esteja completamente fechado”, diz.
Há, porém, três certezas: “teremos diariamente quiches caseiras e sopa do dia, tudo feito por mim e não vamos, pelo menos para já, vender bebidas alcoólicas. Não quer dizer que seja um assunto fechado para sempre, mas por agora o conceito não contempla álcool”.
Com capacidade para 40 pessoas – o espaço tem 70 metros quadrados — o Moranguito vai ter mesas e cadeiras e um banco corrido onde as pessoas se podem dispor confortavelmente.
“Nunca tinha tido um salão de chá, mas a restauração está toda muito igual, e eu não queria abrir um café, queria uma coisa diferente”, diz. Por isso, explica à New in Amadora que está a preparar um “espaço mágico, com chás deliciosos e doces artesanais”.
Mas como o que promete ser bom demora tempo a sair do forno, é caso para esperar mais uns dias. O largo do mercado vai ter mais uma razão para ser considerada uma das praças mais bonitas da Damaia.
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