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Chegou a nova série do criador de “This is Us”. Desta vez não vai haver choradeira

"Paradise" desvia-se do melodrama e aposta no mistério. Sterling K. Brown e James Marsden são os protagonistas.
É um thriller.

A morte de Jack, o casamento da Kate e o Alzheimer de Rebecca em “This is Us” puseram milhões a chorar quando a série foi exibida entre 2016 e 2022 — e tornaram-na numa das produções mais elogiadas. No entanto, Dan Fogelman, o criador, decidiu deixar de lado o melodrama e os momentos lamechas na sua nova obra. “Paradise” estreou esta terça-feira, 28 de janeiro, na Disney+.

A narrativa desenrola-se num bairro pacato habitado por alguns dos indivíduos mais proeminentes do mundo. Esta tranquilidade chega ao fim quando ocorre um homicídio chocante, ao qual se segue uma investigação mediática.

“Paradise” é protagonizada por Sterling K. Brown, que também assume o papel de produtor executivo e que colaborou com Fogelman em “This is Us”. “O guião prendeu-me logo e pareceu-me a ocasião perfeita para voltar a trabalhar com o Dan novamente, especialmente num registo tão diferente”, contou o ator de 48 anos à “AP News”.

Brown interpreta Xavier, um agente dos Serviços Secretos responsável pela investigação do caso. Destaca também a profundidade emocional da série, que tem semelhanças com projetos anteriores, mas com uma abordagem mais orientada para a ação, descrevendo-a como um “thriller criminal com toques de mistério”.

O elenco também conta com James Marsden, que interpreta o presidente Cal Bradford, a vítima do homicídio que choca a nação. A relação entre o político e o agente é conturbada e tensa, ou seja, o completo oposto do que acontece entre os próprios atores. “Apesar da tensão entre as nossas personagens, atrás das câmaras passávamos o tempo a cantar canções de R&B dos anos 90”, brinca Marsden. Foi esta camaradagem que contribuiu para “a dinâmica única entre o Cal e Xavier”.

Esta não é a primeira vez que Marsden, de 51 anos, interpreta um presidente. Em 2013 encarnou John F. Kennedy em “O Mordomo da Casa Branca”. Para o novo papel, recordou-se do que fez no filme nomeado a dois BAFTA. “Durante as gravações, o Dan mencionou o Kennedy algumas vezes, mas focou-se mais no facto de ele ser um grande comunicador e sempre o mais inteligente na sala. O Cal é parecido nesse aspeto”, reflete.

A obra aposta numa narrativa não linear, com recurso a recuos e avanços temporais para desvendar gradualmente os segredos das personagens e os mistérios subjacentes. Esta técnica narrativa, característica de Fogelman, “vai manter os espectadores emocionalmente investidos ao longo dos episódios”, garante o cineasta ao “The Guardian”.

“Paradise” não é apenas um thriller. É, simultaneamente, uma exploração das relações humanas e do quão longe alguém está disposto a ir para guardar segredos. Apesar do que se pode pensar inicialmente, não é uma produção “que não se foca muito em política, apesar de falar sobre o assassinato de um presidente”, diz Dan ao “LA Times”.

A produção, que terá oito episódios, está a ser bastante elogiada pelos críticos e, atualmente, conta com uma avaliação média de 80 por cento no agregador Rotten Tomatoes. Para o “Independent”, “tem o melhor primeiro episódio de uma série nos últimos tempos”.

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