cultura
ROCKWATTLET'S ROCK

cultura

O papel da mulher visto pela ironia das artistas Quan Zhou e Verónica Ruth Frías

“Am I Not a Woman” é um espetáculo que se realiza sábado, 25, nos Recreios da Amadora. É organizado pelo festival de Banda Desenhada.

“Não sou uma mulher? Agora sou uma mulher?” Estas são as duas principais perguntas que serão feitas ao público durante a apresentação do espetáculo multidisciplinar, que os Recreios da Amadora exibem, no sábado, 25, ajudando a refletir o papel da mulher na sociedade ocidental.

Verónica Ruth Frías e Quan Zhou, duas artistas espanholas, criaram uma performance multidisciplinar dinâmica de 40 minutos intitulada “Am I Not a Woman?”, que junta a criação de uma banda desenhada ao vivo às artes cénicas, para refletir sobre a história e a evolução do conceito de mulher e feminilidade.

“O objetivo é criar um diálogo perfomativo e visual, onde as duas artistas desenham e atuam em tempo real, criando uma conversa que envolva o público a refletir sobre o que significa ser uma “boa mulher” nos tempos que correm”, explicam os artistas, que acrescentam que “esta performance desafia as expectativas sociais em relação às mulheres, abordando como a história, a biologia, a religião e as narrativas culturais moldaram o conceito de feminilidade”

O espetáculo “Am I Not a Woman” está inserido no projeto europeu Comics Beyond e organizado pelo Festival Internacional de Banda Desenhada – Amadora BD, que combina a banda desenhada e as artes performativas.

“Esta performance ao vivo reflete sobre a evolução do conceito e da representação da mulher, desde a pré-história até à contemporaneidade num diálogo criativo projetado no palco”, lê-se na sinopse.

O espetáculo “desafia a audiência a participar ativamente em momentos selecionados pelas artistas, com o objetivo de criar um espaço inclusivo que transcende as barreiras da linguagem. Ao longo da sua carreira, Verónica Ruth Frías tem desafiado os cânones da representação da mulher através de performances que combinam a arte visual e a ação, enquanto Quan Zhou aborda, frequentemente, nas suas bandas desenhadas o feminismo intersecional, a identidade e a diversidade cultural de um ponto de vista pessoal e crítico.”

O papel da mulher: quem são as artistas?

 Licenciada em Belas Artes pela Facultad de Santa Isabel de Hungría (Sevilla), Verónica Ruth Frías (Córdoba, 1978) utiliza o disfarce, a maquilhagem e a camuflagem para adquirir outras identidades e para levar a cabo um corpo de trabalho performático que incide numa crítica ácida e frontal sobre questões de género. Já a vimos em “O Capuchinho Vermelho”, “A Filha de Deus na Última Ceia, de Super Mulher, de sequestradora e através de todas estas personagens e muitos outras, Frías, conta-nos aquilo que a preocupa, que a indigna e que nos faz questionar quais são os papeis da mulher na sociedade atual, reafirmando a sua posição num mundo de homens e, no seu caso, no mundo da arte. Nas suas obras descobrimos sempre um toque de humor irreverência.

Já Quan Zhou, é uma artista autodidata multifacetada, autora, comunicadora, podcaster, romancista gráfica e especialista em comunicação de questões sociais. Ela prosseguiu os seus estudos em Madrid e formou-se na Inglaterra em Comunicação Gráfica.

A sua carreira em histórias em quadrinhos começou em 2015 com a publicação de Gazpacho agridulce: Una autobiografía chino-andaluza , lançado pela Astiberri. Com esse livro, tornou-se pioneira em escrever sobre a vida de filhos de imigrantes na Espanha. Prosseguiu a sua jornada narrativa com a sequência Andaluchinas por el mundo em 2017. Em 2018, colaborou com Nuria Labari para criar ”El gran libro de los niños extraordinarios”, publicado sob o selo Silonia.

O espetáculo é em inglês, para maiores de 12 anos e a entrada é livre sujeito à lotação da sala dos Recreios da Amadora.

ARTIGOS RECOMENDADOS