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DançAlfragide: a escola que promove “a cultura através da dança”, sem limite de idade

A escola amadorense foi criada em 2017. Existem 12 modalidades de ensino, com vários planos de inscrição disponíveis.
O projeto tem 200 alunos ativos. (DR)

A maioria dos bailarinos apercebe-se da sua paixão pelo mundo da dança desde cedo e não tem dúvidas de que pretende seguir aquela carreira no futuro. Normalmente, a prática começa com as primeiras aulas, ainda em miúdos. Não foi este o caso de Bruno Paredes. Só aos 16 anos, quando ainda morava na sua terra natal, em Viana do Castelo, é que experimentou fazer hip-hop. Nesse momento, foi obrigado pela mãe, durante as férias, porque “estava gordinho”.

O que, ao início, parecia algo forçado, rapidamente se transformou num processo natural e apaixonante. A partir daí, o jovem, agora com 29 anos, sabia que aquele era o caminho que desejava seguir, ainda que tenha trocado o hip-hop pelo ballet e contemporâneo. Em 2013, foi estudar para a Faculdade de Dança, em Lisboa, tendo realizado vários espetáculos, em companhias diferentes.

Numa das muitas apresentações que fez, em Alfragide, recebeu a proposta da presidente da Junta de Freguesia na altura, Beatriz Noronha, de abrir um espaço dedicado ao ensino da dança. Porém, o objetivo inicial não era a criação da escola, como explica Bruno à NiA. A ideia começou a ganhar forma, foi trabalhada e acabou por se tornar numa realidade, com a inauguração da DançAlfragide, em setembro de 2017.

O projeto, da Associação Saudade, Silêncio e Sombras, completou sete anos em 2024. Foi criado “com o objetivo de promover e celebrar a cultura, através da dança, e de um espaço comum para pequenos e grandes”. É, por isso, uma “escola transversal a todas as idades”, com aulas que começam a partir dos três anos, com 12 modalidades, como dança clássica/ballet, dança contemporânea, hip-hop, high heels, flamenco e sevilhana, danças de salão, kizomba, bachata, ioga, ladies styling, power dance e barra no chão.

A DançAlfragide tem cerca de “200 alunos ativos”, com 20 professores de diferentes áreas e formações, e dois polos: um na zona da Quinta Grande e outro numa parceria com a Associação de Moradores do Alto do Moinho. A associação desenvolve ainda projetos com colégios, entidades, juntas de freguesia, bem como atividades extracurriculares e de enriquecimento artístico.

“Acreditamos também que a dança tenha uma componente de inclusão social e é assim que no projeto ‘Arte é para Todos’, onde ajudam os alunos com mais dificuldades financeiras a conseguirem aderir ao ensino, crescer e brilhar com a dança. Fazer parte e construir algo. Realizamos uma aula experimental, e, quando a pessoa nos informa da sua condição, damos uma bolsa, total ou parcial, para ensino artístico, sem barreiras”, explica Bruna, reforçando a ideia de que esta é uma escola “familiar, onde a palavra ainda é muito importante” e faz parte “do bom ambiente” que é “o que mais preservam na aprendizagem”.

A competição é outro momento que muda “a vida”, mas também “a visão do aluno e professor”. “Nessas alturas, mudamos bastante porque estamos num regime intenso, mas não procuramos só o prémio. Queremos ser cada vez melhores na dança e o que interessa é alcançar essa superação. Temos de saber lidar também com a parte física e psicológica em conjunto”, diz Bruno.

E acrescenta: “Ao mesmo tempo, durante esse período, experienciamos um sentido de união incrível, que vale por todo o ano. É algo libertador, e conseguimos, realmente, estabelecer ligações para a vida toda. Eu sou um professor rígido, mas também sei ser alguém em quem os meus alunos podem confiar. Existe sempre essa dualidade e dinâmica enquanto grupo”.

A aluna mais nova da escola tem três anos e encontra-se a praticar ballet. Por outro lado, o estudante mais velho tem 81 anos e optou pelas danças de salão. “Acho que, principalmente no que toca às pessoas mais idosas, o que as leva a participar é mesmo quererem passar um bom tempo. Criam sinergias e é um momento da semana em que elevam a sanidade mental e colocam ativa a parte física”, elucida o professor.

Além disso, há quem procure mesmo a dança como “parte de terapia”, para ultrapassar uma “fase menos boa”. A verdade é que “resulta sempre muito bem”, não só a nível individual, mas também por pertenceram a um “grupo unido, com formações coesas, energia de união e que estão todos prontos para ajudar”.

Os grupos de dança já participaram em várias competições a nível regional, nacional e internacional, com cerca de “100 pódios alcançados”, e dançaram em finais europeias, em Espanha e Itália, nas modalidades de ballet, contemporâneo e jazz. Ao longo de todo o ano, realizam várias iniciativas e, no dia 25 abril de 2025, vão retomar o festival de dança “Dance on Path”, criado em 2013, onde são convidadas várias escolas para uma espécie de convívio.

Os interessados podem fazer uma aula experimentar da modalidade, pelo preço de 3€, dedutível na mensalidade, caso queiram inscrever-se posteriormente. Para agendar a aula, deve ligar para o número 935 781 155 ou enviar email para dancalfragide@nullgmail.com, indicando o nome, modalidade pretendida, data de nascimento, contacto e a data desejada para aula.

As mensalidades variam desde aulas uma vez por semana (30,50€ para sócios e 36,50€ para não sócios), até ao livre-trânsito (62,50€ para sócios e 73,50€ para não sócios). A inscrição custa 17,50€ e o seguro anual tem o valor de 15€.

Carregue na galeria para conhecer alguns dos momentos mais marcantes dos espetáculos da DançAlfragide.

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FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Avenida Almeida Garrett, 16
    2610-295 Amadora
  • HORÁRIO
  • Segunda-feira, das 12h às 14h e das 17h às 23h
  • Terça e quinta-feira, das 17h às 23h
  • Quarta-feira, das 12h30 às 14h e das 17h às 23h
  • Sexta-feira, das 17h30 às 23h

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