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Egzit: há quase 20 anos a abrir a porta da Amadora à magia da dança

Esta segunda-feira, 25, a escola promove a última aula aberta — e gratuita — de hip hop. Perca a vergonha.
A liberdade é tudo.

Se é daquelas pessoas que acha que o hip hop é apenas um movimento de nicho, meio alternativo, que veio lá da América, está na hora de limpar a cabeça e apagar essa ideia errada. Verdadeira apenas é a origem do movimento, que começou, de facto, nas ruas do Bronx, Nova Iorque.

Na verdade, o hip hop nunca esteve tão em alta. Rompeu preconceitos, conquistou o mundo e hoje influencia a música, a moda, a arte e até o comportamento social. É hoje, aliás, um dos géneros musicais mais populares no mundo inteiro, dominando encontros de sucesso e festivais. Grandes nomes, como Drake, Kendrick Lamar, Travis Scott e Cardi B são referências globais, que ajudaram a popularizar o género.

E se é sucesso à escala global, sobretudo entre os mais jovens, é natural que se torne tendência também na moda. O estilo streetwear, inspirado no hip hop, está presente nas coleções das maiores marcas do mundo, como Nike, Adidas e Balenciaga. Peças oversized, bonés, correntes e sneakers estão sempre em alta.

O hip hop cultiva a liberdade: a de ritmo, a de movimentos, mas também a de estilo de vida. Por isso, a sua prática expressa identidade, protesto e liberdade, influenciando o jeito de falar, de vestir e se movimentar.

Aliás, o seu impacto na arte e no entretenimento é cada vez mais real. O grafite, a dança de rua (breakdance) e até filmes e séries são fortemente influenciados pelo hip hop. Hoje, vemos batalhas de rap ganhando espaço em reality shows e documentários sobre o género tornando-se populares.

E para que não restem dúvidas: hip hop e rap não são a mesma coisa, mas uma nem vive sem a outra. O rap é o estilo musical, enquanto o hip hop é o movimento urbano, cultural e social em que o rap floresce.

A explosão das redes sociais — e sobretudo de novas redes sociais, mais jovens e em que o vídeo é particularmente relevante, como o TikTok e o Instagram, impulsionam o estilo e a música hip hop, tornando-o ainda mais presente no dia a dia das pessoas.

O movimento sempre esteve lá

Há quase 20 anos que Margarida Martins, hoje com 39 anos, fundou a Egzit — o nome é uma liberdade fonética aportuguesada da palavra inglesa Exit, de “saída” — na SFRAA, a Sociedade Filarmónica de Apoio Social e Recreio Artístico da Amadora, a coletividade mais antiga da Amadora, que está viva e bem dinâmica na freguesia da Falagueira. 

Era um sonho antigo, até porque sempre tinha tido o movimento no corpo. “Comecei a fazer ginástica rítmica aos dez ou 11 anos”, recorda à New in Amadora, acrescentando que “os pais, apesar de não incentivarem, também não se opuseram”. “Foram um bom apoio, tenho de reconhecer. Aliás, mais tarde, quando eu tinha 18 ou 19 anos, já estava na faculdade a tirar Educação Física, e foram eles que me pagaram o curso para eu ser professora de hip hop”. 

“O grupo foi crescendo e ultrapassámos os próprios limites da SFRAA, até porque nos tornámos uma associação cultural e oficializámo-nos como escola de dança”, relata Margarida. A Egzit funciona nos Moinhos da Funcheira, bairro da freguesia da Mina de Água. “É cá que temos toda a nossa atividade, onde decorrem várias aulas durante a semana e trabalhamos em parceria com o Agrupamento de Escolas Cardoso Lopes, onde lecionamos aula nas Escolas — EB1 da Mina, EB1 Aprígio Gomes e EB 2,3 Cardoso Lopes,  com o Agrupamento de Escolas Cardoso Lopes – onde lecionamos na Escola EB1 Artur Martinho Simões, e claro com a SFRAA”, explica à NiA.

A Egzit tem “cerca de 200 alunos inscritos nas atividades regulares” da escola, quer sejam aulas de dança contemporânea, ballet ou hip hop, que é a atividade mais forte da instituição. “Diria que mais de 90 por cento dos nossos alunos, neste momento, frequenta as aulas de hip hop. Têm uma grande procura”, sublinha.

Última aula aberta na segunda-feira

Se ainda nunca praticou, ou se tem as os miúdos a falarem do hip hop e que querem aprender a dançar, esta segunda-feira, dia 24 de fevereiro, é o dia certo. É que a Egzit vai promover, às 20 horas, no pavilhão da Escola EB1 da Mina, a última aula aberta de hip hop, com a professora Sílvia Castelo.

“Fechamos esta maratona de aulas abertas com a chave de ouro, uma vez que a professora é uma das fundadoras do grupo, estando connosco desde 2006 – Iniciou como praticante e, neste momento é uma das professoras com mais turmas Egzit”, explica a presidente da direção.

Se quer participar — ou tem alguém em casa com mais de 12 anos que pretende —  ainda vai a tempo: a aula é gratuita e basta enviar uma mensagem para o Instagram da Egzit. A aula de segunda-feira encerra um conjunto de sessões abertas promovidas pela escola em janeiro e fevereiro.

Margarida Martins não podia estar mais satisfeita com os resultados. “O balanço é muito positivo relativamente a estas aulas, porque para além de oferecer à comunidade aulas com professores de referência nos estilos de dança que lecionam, pudemos também promover o contacto entre alunos de diferentes turmas, o que para nós é fulcral, porque apesar de estar a crescer, esta escola de dança tem como um dos valores principais promover um ambiente saudável, acolhedor e de entreajuda entre todos os membros pertencentes à família Egzit”, sublinha à NiA a presidente.

Para os próximos meses, as dançarinas e os dançarinos da Egzit estarão a focar toda a sua energia nos ensaios para a festa da primavera “Egzit Blossom”. “As diversas turmas Egzit irão ser divididas em várias sessões onde poderão apresentar à família e amigos as coreografias que têm estado a desenvolver com os professores durante as suas aulas regulares. Estamos muito ansiosos com esse momento”, concluiu.

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