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Jeferson entregava comida e apaixonou-se pelo ioga. Ficou com a escola onde treinava

Com a chegada do verão, assinala-se este sábado o Dia Internacional do Yoga. Fomos perceber como a modalidade mudou a vida de Jeferson Ozório.

Há sete anos, quando chegou a Portugal, veio à aventura com a então namorada, hoje mulher e mãe das duas filhas. E desde 2018 já viveu uma aventura bem intensa: foi subgerente de um restaurante de sushi, foi estafeta de plataformas de delivery, como a Uber Eats ou a Bolt Food, fez desporto, viveu uma pandemia, descobriu o ioga, foi pai e, há um ano, passou ser dono de uma academia.

Não é coisa pouca, convenhamos. “Têm sido anos muito intensos”, reconhece Jeferson, 32 anos, natural do Rio Grande do Sul, no Brasil, e que em 2024 se tornou dono da Akasha Yoga, uma escola situada na Venteira, que já tem 15 anos, mas que sofreu com a pandemia e que mudou de mãos no ano passado.

“A escola nasceu em 2010, com o nome de Yoga Spot Amadora, que eu frequentava e onde dava aulas. O antigo dono acabou gostando muito de mim, queria seguir outro caminho na vida e passou-me a escola”, conta à New in Amadora.

Quando passou a empresa para seu nome, aproveitou para rebatizá-la e dar “um novo impulso” a um espaço “que sofreu muito com a pandemia, em 2020 e 2021.” “A Akasha Yoga chegou a ter mais de 80 alunos, mas com o confinamento perdemos muitos praticantes e professores e agora as poucos estou a revitalizar o espaço e a reavivar o sentimento de comunidade e partilha”, explica.

“Por enquanto, estou sozinho, sou o único professor do estúdio e, portanto, isto tem de ir aos poucos, mas estou muito entusiasmado, porque já conseguimos recuperar novos praticantes”, acrescenta.

Dividido entre a gestão da escola, as aulas de e as duas filhas pequenas, que “necessitam de muita atenção”, Jeferson não teve possibilidade de criar um evento especial para Dia Internacional do , que se assinala no equinócio de verão, a 21 de junho, data aprovada pela UNESCO, a 11 de dezembro de 2014, na Assembleia Geral das Nações Unidas.

No entanto, não se esqueceu do dia e tem um mimo para os novos praticantes que queiram conhecer a modalidade. “Tenho sempre uma aula no domingo às 10 horas. E tenho o hábito de oferecer uma aula experimental para os que vão pela primeira vez conhecer a modalidade.”

Uma postura avançada.

Assim, os leitores da New in Amadora que quiserem experimentar os benefícios do ioga este fim-de-semana, devem contactar a escola e marcar a sua aula experimental para domingo.

“Essa sessão é uma aula regular do nosso horário. Temos sempre ao domingo de manhã, mas é possível qualquer pessoa agendar uma aula experimental a qualquer dia da semana. Tem de telefonar para nós, fazer a sua marcação e depois vir cheio de vontade”, afirma Jeferson, que acrescenta que “as aulas nunca são muito lotadas, precisamente para que toda a gente se sinta à vontade.” “Normalmente, tenho sete ou oito alunos por aula, embora a sala permita mais”, concretiza.

O instrutor deixa claro que o ioga é uma “modalidade super democrática.”  “Independentemente de evolução física de cada um e do seu treino, as aulas são sempre facilitadas para que a pessoa se possa adaptar aos exercícios e modelar a sua intensidade. Se é alguém já avançado no ioga, consegue ir mais longe. Se está a dar os primeiros passos, também pode fazer as coisas ao seu ritmo. Essa é a vantagem de fazer aulas mais pequenas, é possível adaptar a intensidade e variedade dos exercícios à experiência dos praticantes, corrigir posturas, acompanhar quem mais precisa”, garante.

O empresário esclarece que “não é preciso levar qualquer equipamento, porque a escola tem tudo”.

“O ioga tornou-me mais calmo, perdi os medos”

Foi a pandemia de 2020 que colocou o Yoga no caminho de Jeferson. “Nunca tinha pensado em aderir à modalidade, para ser sincero”, confessa. O instrutor sempre praticou desporto, sobretudo musculação. Eu era daqueles que frequentava o ginásio todos os dias. Mas como os ginásios fecharam e eu não queria perder esse ritmo nem a minha condição física, eu comecei a procurar formas de praticar em casa.”

O confinamento foi um ótimo momento de produção de conteúdos na Internet. “Nessa altura surgiram uma série de projetos, porque as pessoas estavam em casa, muitas delas em layoff nas suas empresas e tinham de se virar para ganhar dinheiro.”

“E foi assim que descobri o ioga e uma das coisas que mais me seduziu foi a questão dos alongamentos, do relaxamento muscular, da correção postular e de aprender a lidar com os outros”, sublinha, acrescentando que rapidamente se identificou com a prática desta atividade milenar.

“Com o tempo, comecei a conhecer a filosofia e aquilo fez sentido para mim. Começou a fazer parte do meu dia a dia e hoje sou completamente apaixonado pelo ioga, estudo e pratico diariamente.”

Jeferson está também a desenvolver a componente online do projeto. “Ainda está na fase de desenvolvimento: estou a gravar conteúdos, mas ainda não tenho essa ferramenta ativa”, diz, lembrando que não tinha qualquer experiência na matéria, nem acrescenta, “grande apetência para comunicar.”

E aí entram os benefícios do ioga  “Primeiro, foram os efeitos na parte física. Foram os primeiros a sentir. Quando comecei, tinha 26 ou 27 anos, já tinha o corpo bem rijo, bem trabalhado. Portanto, precisava de alongar nas pernas. Logo no início, apercebi-me da melhoria da mobilidade corporal e flexibilidade.”

Depois, veio a tranquilidade, a redução dos níveis de stress e ansiedade, a capacidade de comunicar melhor com outros. “Passei a tornar-me mais paciente, mais acolhedor com as pessoas e comigo mesmo, consegui superar alguns medos”, admite. Como por exemplo?, perguntamos. “Olhe, dar uma entrevista como esta seria algo impensável, que me amedrontaria. Hoje estou tranquilo a falar consigo.”

O empresário brasileiro revela que sempre foi “uma pessoa tímida e fechada.” “O facto de ter de comunicar com as pessoas, de me abrir e me expor desenvolveu muito esse meu lado. A criação de conteúdos para o digital tem sido um desafio ainda maior, porque é um espaço mais amplo, que chega a mais gente.”

Jeferson Ozório acredita que “nada substitui uma sessão presencial”, mas não tem dúvidas: “online consegue-se atingir os efeitos de relaxamento pretendidos. A vantagem da aula é que reforça a sensação de comunidade, interagir com as outras pessoas que estão na sala, criar amizades. Isso faz tudo parte da filosofia relacionada com o ioga. Quando estamos sozinhos, é diferente, é uma prática mais introspetiva”, destaca.

Com duas formações na área, ambas online, mas intensivas — “uma delas foram dez meses” —, o professor, que mora com a família na Reboleira, está confiante que vai conseguir “recuperar o espírito de comunidade da escola.” Para isso, está a trabalhar e, eventos e workshops que possam levar os alunos à Akasha Yoga.”

“Este é o meu terceiro filho e cuidado dele com muito amor, tal como das minhas meninas”, conclui.

Carregue na galeria e veja algumas de Jeferson em ação.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua 5 de Outubro, nº 35-B, Amadora 2700-197

    2700-197 Amadora
  • HORÁRIO
  • Os horários dependem das marcações das aulas. Consulte a escola.

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