Comunicativa por natureza, Carla pensou ser jornalista. Inscreveu-se num curso de comunicação e chegou a ver-se no papel de repórter. Mas ao fim dos primeiros tempos de estudo, percebeu que “não era bem aquilo que procurava”. Foi uma prima que lhe apontou o caminho, só que Carla Toscano, 48 anos, que mora na Venda Nova e cresceu na Amadora, ignorou o óbvio. “Um dia, estava com ela e a minha prima estava a queixar-se de uma dor forte nas costas. Disse para ela se deitar e fiz-lhe uma massagem instintivamente. Nunca tinha feito massagens na vida. E ela ficou muito aliviada das dores e disse-me: ‘Carla, tu tens muito jeito. Essas mãos podem valer ouro. Devias pensar a sério em seguir essa área”, recorda à New in Amadora.
Quando, enfim, percebeu que, afinal, estava iludida com o jornalismo — ou, pelo menos, com a ideia que tinha do jornalismo — desistiu do curso e foi para fisioterapia. “Lembrei-me do conselho da minha prima e achei que podia ter mais a ver comigo. E cá estou eu, há 25 anos a fazer isto”.
Carla Toscano tirou formações específicas e hoje é técnica de fisioterapia e terapeuta, além de ter também o curso de reflexologia podal.
Trabalhou em vários sítios, mas está desde o final do ano a fazer o seu trabalho no Sandy Art Nail, um salão de cabeleireiro e unhas na freguesia da Falagueira-Venda Nova. “Ia lá apenas quando havia marcações, mas agora estou lá mais tempo, até porque há cada vez mais pessoas a requisitar estes serviços de massagens, quer do ponto de vista de saúde, quer do próprio bem-estar.
No espaço da Amadora, Carla faz massagem terapêutica, massagem relaxante, massagem modeladora, reflexologia podal e drenagem linfática manual.

“Nos tempos que correm, muitas das dores que as pessoas têm são reflexo das más posturas, sobretudo ao computador. Vivemos muito nos ecrãs, quer ao telemóvel, quer ao computador e, portanto, o nosso corpo ressente-se disso. Há cada vez mais pessoas que me vêm visitar por causa de contraturas, desvios de coluna, etc”, conta à NiA.
A clientela da terapeuta é muito heterogénea. “Há pessoas novas a vir, mas também pessoa mais velhas. A massagem ao nível de geriatria é um importante cuidado, porque dá conforto. Muitas vezes, até do ponto de vista dos cuidados paliativos”.
Massagens que todos podem pagar
Um dos aspetos diferenciadores desta profissional diplomada é o preço que cobra por cada massagem, num mercado muito competitivo em que média dos colegas tem preços que oscilam entre os 30 e os 50€ por sessão, sem entrar em spas de luxo, onde os valores podem chegar ao dobro.
“Neste momento, no Sandy Art Nail, estamos a fazer preços absolutamente low cost. Eu entendo que há muitas pessoas que não fazem este tipo de tratamentos porque são muito caros e as pessoas não têm dinheiro, têm de cortar em alguma coisa”, explica.
Carla está ainda atenta à realidade económica de um concelho como a Amadora, “onde os rendimentos não são muito elevados”. “Por aqui há muita gente que não pode pagar os valores que são cobrados em Lisboa. Além disso, é a primeira vez nestes 25 anos que estou a trabalhar na Amadora, portanto, apesar de ter 25 anos disto, as pessoas não me conhecem do ponto de vista profissional”.
O preço que estabeleceu parece do ano 2010: “todas as massagens custam 17€ por sessão de 45 minutos / uma hora”. “Sei que é um valor muito baixo, mas eu prefiro dar oportunidade aos que menos têm de poderem usufruir de um momento de bem-estar e saúde e dar a conhecer o meu trabalho, captando mais clientes”.
Carla é adepta do “step by step”. “Cada coisa a seu tempo”, responde, quando questionada se tem o sonho de ter o seu próprio centro de massagens. “Quem sabe no futuro, mas gosto de dar passinhos de cada vez”.
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