Esconder a cabeça na areia é coisa de girafas. De nada vale ignorar o assunto, quando toca à nossa saúde. Adotar comportamentos responsáveis e proteger a nossa vida e a dos outros é essencial. Afinal, a prevenção é a melhor solução.
Concelho multicultural, a Amadora conta, de acordo com a informação oficial dos Censos de 2021, mais de 171 mil residentes, muitos deles vindo dos quatro cantos do mundo. Combater o estigma e o preconceito é uma obrigação de todos.
No âmbito do Projeto “Rastrear para Prevenir”, até ao final de janeiro, a AJPAS — Associação de Intervenção Comunitária, Desenvolvimento Social e de Saúde, realiza no município diversas ações de rastreio de VIH, Hepatites B e C ou outras infeções sexualmente transmissíveis, como a sífilis.
Na sexta-feira, 24 de janeiro, a equipa de rastreios estará no centro comercial UBBO, entre as 9h30 e as 12h30 e, da parte da tarde, entre as 14h30 e as 16h30, na Cooperativa Zambujal. Na segunda-feira, 27, a carrinha dos rastreios estará estacionada no Parque Delfim Guimarães, junto à estação da CP, entre as 9h30 e as 12h30 e das 14h30 às 16h30.
Já na quarta-feira, 29, e no mesmo horário, ou seja, de manhã e de tarde, os rastreios podem ser feitos junto ao Metro da Reboleira. No último dia do mês, sexta-feira, 31, as imediações da estação CP da Amadora voltam a receber o posto móvel de rastreio de infeções sexualmente transmissíveis, agora no outro lado da linha de comboio, no Parque Central.
Compromisso até 2030: 95 por cento dos infetados em tratamento
A Amadora é um dos municípios que integram a rede internacional Fast Track Cities — Cidades na via rápida para acabar com o VIH, através da assinatura da Declaração de Paris, em que se assume o compromisso de atingir novas metas onde o combate e a prevenção do VIH/SIDA, bem como a redução do estigma e da discriminação são prioritários no concelho.
O objetivo até 2030, de acordo com o compromisso assumido, é que 95 por cento das pessoas que vivem com a infeção VIH estejam diagnosticadas. Por outro lado, o documento prevê que 95 por cento dessas pessoas estejam em tratamento e com carga viral indetetável.
Para atingir as metas 95-95-95, foi elaborado o Plano Local para a Intervenção na área do VIH e SIDA na Amadora 2019-2025, resultante do trabalho colaborativo do consórcio, em que participam a Autarquia, a AJPAS, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ACES Amadora e Eq. Tratamento Amadora), o Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca, a Direção Geral de Saúde, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, IP e a Associação Nacional de Farmácias.
Acabar com o preconceito
Desde 2020 que a Amadora conta com um Plano Estratégico, válido até 2025, para a intervenção na área do VIH/Sida. Através deste plano, promovido pela autarquia, pretende-se acabar com a epidemia e evitar mortes relacionadas com a SIDA, incluindo as causadas por tuberculose. A sua ação pretende acabar com o estigma e a discriminação, possibilitar o acesso à prevenção, aos serviços de apoio, aos cuidados de saúde e aos tratamentos para o VIH e SIDA e a tuberculose.
O Plano Estratégico Local tem três eixos de atuação: a prevenção primária, com ações dirigidas à comunidade da Amadora e/ou a organizações de base comunitária, à população jovem e aos consumidores de substâncias ilícitas intravenosas do concelho; a criação de parcerias que permitam dotar os profissionais de saúde e os profissionais das organizações de base comunitária para a intervenção concertada no combate à epidemia e, finalmente, aumentar o número de rastreios gratuitos.
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