Há exatamente cinco anos, andámos a desenhar arco-íris e a prometer a nós próprios que “ia ficar tudo bem”. A expetativa era boa, mas não se confirmou. Todos os estudos e todos os especialistas em saúde mental confirmam que, cinco anos após a pandemia, há mais casos de isolamento e solidão entre os mais velhos, mas não só.
Existem cidadãos — gente como nós — a quem a pandemia roubou qualidade de vida e devolveu-lhes ansiedades de que ainda hoje não se conseguiram livrar. Eis um assunto que diz respeito a todos, novos e velhos: combater o isolamento social e a solidão exige uma combinação de ações que envolve a família, a comunidade e as próprias pessoas em situação de vulnerabilidade.
“É fundamental cada vez mais fortalecer laços familiares, com visitas regulares, telefonemas e promover o intercâmbio intergeracional”, explica à New in Amadora a psicóloga Ana Luísa Mendonça, que acrescenta que “se deve incentivar o encontro entre avós e netos”.
“Mesmo que às vezes, os filhos estejam naquelas idades mais difíceis, em que preferem ficar em casa a jogar consola, os pais devem sensibilizar o jovem para esse contacto. ‘Por um lado, a avó precisa de ti, de falar com alguém mais novo. E tu, também vais gostar de criar memórias com ela. Porque quando ela já não estiver cá, é que vais perceber que não o fizeste’”, explica a técnica de saúde mental.
Por outro lado, destaca a profissional, é fundamental para as populações mais vulneráveis, “em especial os seniores, que têm mais tendência ao isolamento”, a promoção de “atividades em grupo, que estimulem a atividade cognitiva, a memória e a interação com os outros.
Ana Luísa Mendonça dá o exemplo: organizar clubes de leitura, aulas de dança, ou grupos de caminhada, que ajudem a um envelhecimento ativo.
Incentivar novos hobbies, como a música, o teatro ou a pintura, ou incutir o gosto pelas tecnologias, como o Facebook ou as conversas por vídeo conferência são outras sugestões dados pela psicóloga contactada pela NiA.
O Isolamento Social e a Solidão é um tema tão importante nas sociedades contemporâneas, que a Junta de Freguesia da Encosta do Sol, da Amadora, organiza já na próxima sexta-feira, dia 21, uma sessão de educação para a saúde com este tema em cima da mesa.
Como contrariar esse isolamento? Quais as estratégias para um envelhecimento ativo? Como ajudar quem precisa? Como pedir ajuda? Eis algumas das perguntas que serão respondidas na sessão, que via decorrer às 10h30 na delegação de Alfornelos da Junta de Freguesia, na Rua Capitães de Abril, N.º 23 A.
A entrada é livre, mas sujeita a inscrição obrigatória através do preenchimento do formulário.
