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Como a direção sub-30 do Atlético de São Brás quer revitalizar a formação

Dos nove elementos da direção do clube, apenas 2 estão nos 40 anos. Os outros foram atletas do clube e querem dar-lhe uma nova vida.

Um grupo de jovens quer recuperar um clube história da cidade da Amadora. Aos 41 anos de vida, o Clube Atlético de São Brás, situado na freguesia da Mina, já passou por várias fases. Já teve várias modalidades, já foi campeão, já quase esteve moribundo e agora, apesar da falta de sede, está a tentar reerguer-se das cinzas, apostando na formação.

Os obreiros desta tentativa de recuperação fazem parte de uma direção de nove elementos, em que sete têm menos de 30 anos e foram todos atletas do clube. Sobram dois, mais velhos, mas não tanto assim ­— estão abaixo dos 50.

“Foi uma forma de tentarmos fazer alguma coisa e dar uma nova vida a um clube de que gostamos muito e que nos deu tanto enquanto atletas”, explica o diretor-desportivo do São Brás, e vice-presidente, que soma 26 anos, “quase 27”.

Daniel Moreira conta à New in Amadora que o próprio presidente do clube tem 27 anos. “E todos temos este compromisso de tentar recuperar o clube e dar-lhe mais força. Há um problema que, não sendo insolúvel, preocupa a direção e atrasa o desenvolvimento da coletividade.

“Neste momento ficámos sem sede. Tivemos um problema com a Câmara da Amadora, que temos estado a tentar resolver, mas que mete muita burocracia”, revela. “Como se calcula, isto é um problema, embora as reuniões de direção sejam feitas em casa do nosso presidente”.

Quanto ao recinto para a prática desportiva — nesta fase, o clube aposta no futsal —, o São Brás tem uma “grande ajuda da Escola Mães de Água, na Falagueira”. Ou seja, o clube teve de sair da sua freguesia origina, a Mina de Água.

“Pagamos uma renda abaixo do preço de tabela, porque eles têm sido incríveis connosco. Temos toda a formação a decorrer nessa escola, inclusivamente jogamos aqui, o que, como calcula, é uma grande ajuda”.

Apostar nos miúdos

Como diretor-desportivo, Daniel Moreira é o responsável pela política de treinos de captação de futsal. “Neste momento, temos todos os escalões de formação, desde os petizes e traquinas até aos seniores”, revela.

 
 
 
 
 
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No total, reúnem 90 atletas, distribuídos por sete escalões. Mas estes treinos de captação são precisamente para aumentar o número de praticantes. “Todos os escalões estão em competição, mas a formação é a nossa aposta forte.”

Aparentemente, só no clube, porque o diretor-desportivo assume as dificuldades em captar o interesse dos atletas com quatro ou cinco anos.

“Há muita gente que acha que os pais estão mais despertos para a importância da prática de desporto em idades muito baixas, mas confesso-lhe que nós aqui no São Brás, pelo menos no que toca ao futsal, não sentimos esse interesse”, assume à NiA.

O dirigente sublinha que os pais querem que os miúdos “pratiquem outro tipo de desportos: agora a moda é o karaté, as artes marciais, as danças, o hip-hop”. Pode ser uma coisa de modas, sublinha, mas o dirigente nota que “algo se perdeu desde a pandemia, no que toca à prática desportiva dos mais pequeninos, com quatro ou cinco anos”.

O vice-presidente e diretor-desportivo do clube.

Daniel Moreira nota que “nos benjamins e outros grupos etários já há um bom número de inscrições. Há uma margem de conforto. Nos mais novos é que não. E é preciso dizer aos pais que o futsal é uma modalidade muito completa que, além de promover a componente física, ajuda a desenvolver a interatividade entre os miúdos”.

Um clube com 41 anos está cheio de altos e baixos. “Há anos, o São Brás teve os seus tempos áureos, depois houve um período de decadência, depois subimos bastante, quando a anterior direção fez um ótimo trabalho. Conseguimos, aliás, um feito, fomos campeões dois anos seguidos e subimos três escalões em anos consecutivos, mas depois veio a Covid e voltámos a ir abaixo”.

A direção sub-30, em que sete dos nove elementos que a compõem, representaram as cores do clube, acredita estar “num processo ascendente”. Quando foi criado, o São Brás foi fundado com futebol 11. “Tivemos atletismo, esgrima, karaté, mas acabaram por desaparecer nos anos de decadência”, lamenta.

“O futsal apareceu mais tarde, em 2002/2003 e hoje é a única modalidade que temos. O nosso objetivo é recuperar a nossa sede para conseguirmos criar modalidades de defesa pessoal. E gostávamos de apostar no atletismo”, sublinha o dirigente. Apesar das dificuldades, Daniel acredita que vão lá chegar.

Carregue na galeria para ver mais imagens da coletividade da Mina de Água.

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