Na Re-Food Alfragide, o quinto núcleo da organização de apoio social a abrir a nível nacional e o primeiro fora da cidade de Lisboa, a tradição ainda é o que era. E, por isso, este sábado, 5 de julho, a partir das 19 horas, é dia de churrasco, para assinalar o 11.º aniversário do grupo.
“O churrasco surgiu quando fizemos um ano. Primeiro, porque queríamos comemorar, depois porque queríamos mais voluntários, divulgar o trabalho junto da comunidade e angariar mais dinheiro”, conta à New in Amadora a coordenadora da Re-Food Alfragide, Paula Santos.
Bancária de profissão, Paula, 52 anos, integra o núcleo desde o início, embora seja coordenadora apenas desde 2021. É ainda um dos membros da direção da organização a nível nacional, onde desempenha a função de secretária-geral.
“Nunca lhe chamamos Santos Populares, porque fazemos sempre no primeiro fim de semana de julho”, explica, acrescentando que o convívio “vive muito dos apoios da Junta de Freguesia de Alfragide, da Santa Casa da Misericórdia e da Paróquia de Alfragide, que empresta as cadeiras e outros equipamentos para a festa”.

O primeiro churrasco aconteceu há dez anos e apenas foi interrompido durante a pandemia. “Os nossos voluntários adoram este encontro porque é uma forma de mostrarem o que fazem à família e à comunidade”, acrescenta a responsável de um dos dois núcleos da Amadora — o outro está localizado na Falagueira-Venda Nova.
“São momentos em que nós nos juntamos e são muito importantes para a comunidade. Temos outro momento, depois do Natal, em que fazemos a junção só dos voluntários, para nos encontrarmos. São equipas que trabalham todos os dias e não se cruzam e precisamos momentos de partilha”, diz, sublinhando que, ao todos, trabalham na organização de Alfragide 100 voluntários.
O churrasco deste sábado está aberto à comunidade, “é de entrada livre e as pessoas só pagam o que consumirem”. E há muito para provar. “Vamos ter sardinhas, febras, entremeada, cachorros-quentes e quiches — e desde há dois anos, começámos a ter quiches e cachorros vegetarianos, que esgotam sempre. Depois, ainda há caldo verde, arroz-doce, muitos doces, mousses. Todos feitos pelos voluntários.”

Paula Santos não tem um número exato de pessoas previstas, mas “anda sempre entre as 400 e 500” e a comida é sempre preparada com base nessa estimativa. “Já tem acontecido termos uma equipa de piquete que vai comprar mais carne se nos apercebemos que pode não chegar”.
Além dos comes e bebes, e da quermesse, haverá ainda música a cargo do DJ Plácido.
Re-Food Alfragide apoia cerca de 100 pessoas carenciadas
Com instalações na sede da Junta de Freguesia de Alfragide, a Re-Food local apoia uma comunidade de cerca de 100 pessoas vulneráveis. “São pessoas que nos são referenciadas pelas instituições da freguesia, e também da de Águas Livres, com quem nós falamos, percebemos as suas necessidades e integramos neste apoio”, diz Paula Santos à NiA.
A organização não cozinha, nem faz distribuição ao domicílio. “São as pessoas que vêm cá buscar comida todos os dias, de segunda a sexta-feira, entre as 20 e as 21 horas. Os alimentos que entregamos são recolhidos em restaurantes, cantinas, cafés, pastelarias, supermercados. Temos sistema de refrigeração e micro-ondas, porque há algumas pessoas que estão em situação de sem-abrigo e a essas perguntamos se a sopa vai quente ou não”.
Para a dirigente nacional da Re-Food, organização que começou na igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, e conta com 64 núcleos ativos, “a principal missão é garantir que não há desperdício alimentar. Combatemos esse desperdício alimentando quem mais precisa na comunidade.”
Esta é apenas uma das várias as organizações que trabalham no concelho da Amadora para ajudar as famílias mais vulneráveis. A ADRA, que tem uma loja e uma farmácia solidária na Reboleira, é outro exemplo.
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