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Estas duas mães-corujas são donas do “único ATL certificado da Amadora”

O espaço foi fundado por duas irmãs, na Reboleira. Têm listas de espera, apesar da concorrência desleal de quem não tem alvará.

Esta não é a história de duas irmãs que sempre sonharam ter um negócio juntas. “Nada, nem tal nos tinha passado pela cabeça”, confirma Poliana Bernardo, 50 anos, que tinha a sua vida diversificada e completamente fora do meio. A irmã gémea, Carla Fernandes, também tinha as suas ocupações. “A ideia surgiu de repente”, garante, ao recordar a aventura que começou há 22 anos. O resultado não podia ter sido mais positivo: adoram trabalhar juntas.

O ATL, garante Poliama, é “o único centro do género na Amadora com certificado e alvará emitido pela Segurança Social”. Fica situado na Reboleira, numa artéria que já faz parte da história da família, Av. Pangim, 9 – R/C, Reboleira (Tel: 214 950 041).

“Nascemos na Amadora e sempre moramos aqui, precisamente na Avenida de Pangim. O meu pai tinha um espaço de dois andares nessa mesma rua onde instalou a sua empresa”, conta à New in Amadora.

Nunca sonharam ter um negócio juntas

“Estamos cá há 22 anos, não nos podemos queixar”

Mas, afinal, se nunca sonharam ter um negócios juntos, se nunca tinham trabalhado nesta área, o que levou as duas irmãs a avançar com a ideia?

“Na altura não havia um ATL aqui na zona da Reboleira. Aliás, eram poucas estas empresas e as que havia estavam a fechar. Em um mês a ideia de abrir um ATL começou a germinar na nossa cabeça. Aconteceu tudo muito depressa”, relata.

Nem que para isso tivessem ‘desalojado’ o pai. “Brincadeira, claro, mas a empresa do nosso pai era o sítio perfeito para abrir a Mãe Coruja. O meu pai saiu e nós ficámos com espaço. E foi uma questão de meses até abrirmos. Pensámos nisto em março e queríamos abrir em setembro. E conseguimos abrir já com licença e alvará. Foram dois anos a trabalhar muito sem recebermos nada. Conseguimos o alvará e assim se tem mantido estes anos todos”, sublinha.

E respira saúde. “Se estamos cá há 22 anos, é porque o negócio está a correr bem”, diz com ironia. E prossegue: “Não nos podemos queixar. Não vamos ficar ricas, até porque não se fica rico com um negócio destes. Mas adoram o que fazemos e isso é o mais importante”.

Seja pela competência da gestão, seja pelo facto de ser “o único ATL certificado e com alvará da Segurança Social na Amadora”, seja pela qualidade do serviço, o que é certo que a Mãe Coruja tem sempre listas de espera. “É uma realidade comum a muitas outras empresas, porque a procura é maior do que a oferta”, constata.

A vantagem de um ATL certificado

E o que difere um ATL certificado e com alvará de os centros de estudo que vão surgindo cada vez mais na Amadora? “Estando licenciados pela Segurança Social e com alvará, nós podemos ter transporte, servir refeições e fazer atividades fora. Há outros centros de estudo que também o fazem: aquecem uma comida no mircroondas e também fazem passeios, mas estão ilegais”, acusa.

Poliana não hesita mesmo em falar em “concorrência desleal”. “Claro que é. A começar pela quantidade de impostos que pagamos, que não tem nada a ver com os dos centros sem alvará”.

Na Mãe Coruja convivem diariamente 50 miúdos, desde a pré-primária ao 9.º ano. “Cada aluno paga uma mensalidade que varia com o grau de ensino”, explica. Começa nos 174,5€, a se juntam os extras, que são opcionais: os almoços, o transporte e todas as outras atividades que podem ser feitas, como as férias de verão, por exemplo.

“Temos uma professora, uma funcionária sempre com os miúdos e temos uma assistente social, que é a diretora técnica, que é obrigatório por lei Eu e a minha irmã fazemos de tudo um pouco”, resume.

Gerações de irmãos

“Normalmente, a grande maioria dos alunos permanece ao longo de todo o ano letivo. E já temos gerações de irmãos a virem atrás dos outros. Muitos dos nossos primeiros alunos já são pais. Ainda não aconteceu, mas qualquer dia já vamos ter crianças filhas dos nossos primeiros alunos”, afirma.

As duas irmãs gémeas já são ambas mães. E não negam que são “mães-corujas”. “Eu tenho duas filhas”, diz à New In Amadora. De que idade?, perguntamos. A resposta não se faz esperar: “15 anos, as duas. São gémeas”, ri-se- A irmã tem apenas um filho, já mais velho, com 23 anos.  

Com uma lista de espera grande, e com o negócio a correr bem, Poliama admite que já pensaram em ampliar o ATL ou abrir um novo polo. “Era uma ideia, sim, e já pensámos nela, mas acho que já não temos coragem. Isto dá muito trabalho, é uma grande responsabilidade”, remata.

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