na cidade
ROCKWATTLET'S ROCK

Milene tem uma família numerosa e trata as cadelas e os filhos “com o mesmo amor”

Ainda no Brasil, foi difícil convencer a mãe de que já tinha maturidade para ter um cão. Hoje tem três e diz-se uma petlover.

Milene Costa tem 33 anos e sempre gostou de animais. Mais do que gostar, é apaixonada, mas “para ser honesta”, quando decidiu cruzar o Atlântico, não tinha qualquer plano para os seus companheiros de quatro patas. “Sou uma petlover confessa”, conta à New in Amadora, assumindo o seu prazer em ser tutora.

A ideia de trabalhar com pets começou a germinar na sua cabeça, há quatro anos, quando deixou de resistir aos apelos dos amigos. “Tenho três Shi Tzus, é a minha raça-fétiche. Sou apaixonada por elas: a mãe, que já veio do Brasil, e as duas cachorras, que nasceram cá”, conta. “Durante muito tempo, andei à procura de um sítio que cuidasse delas, do jeito que a Shi Tzu mais velha já estava habituada no Brasil, mas não encontrei.”

A busca aconteceu logo após a pandemia, mas como se relevou infrutífera, decidiu criar o que procurava. “Pensei: porque não criar um negócio onde sejam tratadas como eu acho que merecem”?, recorda.

A mãe que trata todos por igual

Decorridos quatro anos, o Mundo Patas “está a correr muito bem”. “Já tem pessoas a trabalhar comigo e até dou formação na área do grooming”. O cuidado e o bem-estar é uma das suas preocupações, que se reflete nas novas apostas, que ajudam os animais a sentirem-se melhores. A empreendedora está em Portugal há seis anos, e é descendente de portugueses. Veio para obter a nacionalidade, e não lhe passava pela cabeça abrir um negócio com animais.

Milene Costa era assistente social no Brasil, mas a ideia de se dedicar às suas paixões de quatro patas rapidamente a seduziu. A Shi Tzu mais velha tem dez anos e meio, e “as cachorras têm cinco”.

 

A brasileira não tem qualquer pejo em admitir que trata as cadelas como filhas. “Tenho três filhas de quatro patas e mais dois de duas pernas. Todos são tratados com o mesmo carinho, ganham presentes na Páscoa, no Natal e por aí fora”, sublinha.

“Tenho amigas que acham mal que eu trate ‘as minhas meninas’ por filhas. É um preconceito e, muitas vezes, quando ouço uma coisa dessas, apetece-me perguntar: ‘a sua vida não lhe chega?’. Não censuro quem trata os seus cães como cães, portanto, não percebo qual é o drama de tratar os meus cães como filhos. É isso sinto. E basta olhar a felicidade da minha família completa para perceber que estamos a fazer a coisa certa”, explica.

O espaço Mundo Patas, situado na Reboleira, faz grooming completo: corte de unhas, hidratação, higiene. “Não temos um veterinário dedicado aqui na loja, mas trabalhamos com uma veterinária que abriu a sua própria clínica este mês. É a nossa profissional de confiança”, diz. Em breve, o leque de serviços vai passar a inclui coloração do pêlo, e terapias mais naturais, como a ozonoterapia e a argiloterapia.

“Tenho cães há muito tempo, mas em miúda não tive, porque estava sempre com alergias, e a minha mãe tinha medo. O meu primeiro cão foi um Dálmata, que era de uma amiga da minha mãe e teve de se mudar e não podia ficar com ele”, recorda. Milene Costa “tinha 15 ou 16 anos” e apaixonou-se: nunca mais deixou de ter patudos.

“O negócio é meu e do meu marido, mas eu estou na loja a tempo inteiro. E temos ainda duas funcionárias, que estão aprender e a formar competências”, remata.

Carregue na galeria para ver imagens de alguns dos clientes do Mundo Patas.  

ARTIGOS RECOMENDADOS