O Papa Francisco, que nos últimos tempos viu a sua saúde a ficar cada vez mais debilitada, morreu aos 88 anos. A notícia foi avançada pelo Vaticano esta segunda-feira, 21 de abril.
A informação da morte foi avançada após Francisco ter surgido, este domingo, na janela da basílica de São Pedro para a benção Urbi et Orbi. O Sumo Pontífice esteve internado no Hospital Universitário Agostino Gemeli, em Roma, onde deu entrada para tratar uma bronquite, que evoluiu para uma infeção polimicrobiana das vias respiratórias e posteriormente para pneumonia bilateral.
“Queridos irmãos e irmãs, é com profundo pesar que anuncio o falecimento do Papa Francisco”, revelou o cardeal Kevin Farrel, num comunicado partilhado pelo Vaticano.
O Papa Francisco não participou nas celebrações da Semana Santa por estar ainda em recuperação, após ter passado 38 dias no hospital devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta a 23 de março.
O chefe da Igreja Católica, contudo, desejou uma “Boa Páscoa” e pediu ao mestre de cerimónias que lesse a mensagem perante as 35 mil pessoas reunidas na praça de São Pedro para a missa do domingo de Páscoa. “Apelo aos beligerantes para que cessem o fogo, libertem os reféns e prestem uma ajuda preciosa às pessoas famintas que anseiam por um futuro de paz”, afirmou.
A morte do Papa Francisco acontece cerca de quatro meses após o lançamento da sua autobiografia, “Esperança”, que chegou às livrarias a 14 de janeiro. O plano inicial era que a obra fosse lançada apenas após a sua morte, no entanto, o Jubileu da Esperança fez com que mudasse de ideias.
No título, o primeiro Papa da América Latina falou abertamente sobre o seu estado de saúde. “A realidade é bastante simples: estou velho”, escreveu. “A Igreja é governada com a cabeça e com o coração, não com as pernas.”
Os últimos dois anos ficaram marcados por alguns sustos de saúde. Em 2021, por exemplo, foi sujeito a uma cirurgia para tratar uma diverticulite — uma doença gastrointestinal caracterizada pela inflamação dos divertículos – bolsas anormais que se desenvolvem na parede do intestino grosso — e em 2023 para tratar de uma hérnia.
“Sempre que um Papa fica doente, ouve-se o vento da conclave a segredar”, escreveu no livro, referindo-se à reunião secreta dos cardeais católicos que escolhem o próximo Papa. “A verdade é que, mesmo durante esses dias de cirurgias, nunca me pensei em retirar”.
‘Esperança’ é a primeira autobiografia alguma vez publicada por um papa. Uma autobiografia completa que remonta ao início do século XX, com as raízes italianas e a emigração aventureira dos antepassados para a América Latina, desenvolvendo-se através da infância, dos entusiasmos e perturbações da juventude, a escolha vocacional, a maturidade, até ao seu pontificado e ao tempo presente”, lê-se na sinopse.